Os oligoelementos são elementos químicos presentes em pequenas quantidades no ambiente marinho, mas que desempenham um papel crucial na manutenção da saúde e do equilíbrio dos aquários de recife de corais. Cada oligoelemento tem funções específicas que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudáveis dos corais e de outros organismos marinhos presentes no aquário. Nesse texto, iremos abordar algumas das funções mais importantes no rastreamento desses oligoelementos e em particular as suas transições e respectivas funções que estão relacionadas com a regulação do metabolismo por enzimas.
Para ficarmos craques, as enzimas são proteínas que aceleram reações químicas em processos biológicos, ou as tornam possíveis sob condições fisiológicas. Entendido o que são enzimas e o seu papel, agora fica mais fácil de se familiarizar com o processo.
Esse processo irá depender basicamente de 3 coisas:
Fotossíntese
Respiração celular (CICLO DE KREBS) volta nas aulas de biologia do segundo grau e faz uma revisão se tiver dúvidas ou não lembrar mais, TEM NO YOUTUBE KKKK...
E fixação de nitrogênio.
Essas enzimas possuem metais de transição que poderão existir em vários estados de oxidação, como o exemplo do ferro.
Segundo (Fisher, 2002) os traços de metais essenciais estão mais ou menos sob controle homeostático, ou seja: Depende do equilíbrio osmótico celular, onde duas soluções possuem a mesma quantidade de partículas naquele determinado volume, exercendo assim a mesma pressão osmótica mesmo que as partículas sejam diferentes, evitando dessa maneira o extravasamento celular e o tão temido desequilíbrio dos principais MACROELEMENTOS como: Na, K, P, I, Ca, MG, Kh, e mais alguns. Aqui observamos que para partir para a dosagem de oligoelementos, precisamos antes de mais nada do equilíbrio entre os macroelementos, pois eles são essenciais para a manutenção da vida, precisam estar em quantidades RELATIVAMENTE satisfatórias para que os animais possuam uma vida saudável.
ESTRESSE E INTOXICAÇÃO
Caso o ambiente não se encontre em equilíbrio, podemos estar promovendo aos nossos animais ESTRESSE, INTOXICAÇÃO ou AMBOS.
Podemos citar como exemplo uma concentração elevada de ferro, que irá aumentar o número de zooxantelas nos corais, porém irá diminuir a sua taxa de crescimento, já o cobre irá diminuir a densidade de zooxantelas e poderá branquear os corais. Tudo por conta do mecanismo de branqueamento e a competição de ions de metais pesados com o ferro para absorção (Hirose, 2006), inibição do fotossistema II pelo cobre superando o ferro (Burda e outros., 2002) e pela indução ao estresse oxidativo por diversos metais pesados. (Pinto e outros., 2003) mostraram que a expulsão PODE SER um mecanismo de desintoxicação pelo cobre. Obviamente, altas concentrações desse elemento são absorvidas pelas zooxantelas que serão eliminadas quando as mesmas forem expurgadas, moderando assim, o acúmulo de cobre.
Percebam que tudo parte do EQUILÍBRIO.
VESTÍGIOS DE ELEMENTOS DENTRO DO AQUÁRIO - BIOIDENTIFICAÇÃO
Os bioindicadores mais importantes para determinar o estado de oligoelementos e nutrientes em nossos aquários são os corais. Se mantivermos uma rotina de observação minuciosa, eles serão bons inditadores de um ambiente saudável e boas condições de crescimento.
Exemplo:
Tecidos opacos marrons escuros, onde as zooxantelas não são cobertas por pigmentos fluorescentes indicam altos níveis de nutrientes e luz moderna ou até altas temperaturas.
Cores marrons claras e tecidos transparentes indicam baixo teor de nitrogênio e fosfato e/ou iluminação forte.
Pigmentação fluorescente fraca, pode indicar baixa concentração de oligoelementos.
O branqueamento e a secreção excessiva de muco, podem indicar intoxicação por metais.
Uma vez que diferentes espécies ou diferentes "clones" de uma mesma espécie apresentam cores diferentes, é muito importante que se conheça a aparência do animal nas condições de cultura dadas. Com a sensibilidade necessária para mudanças na aparência desses animais é possível reagir a mudanças e desenvolvimentos negativos no ambiente do aquário.
MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS E ESGOTAMENTO NA SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO POR ELEMENTOS - TRAÇO
Nesse caso, o método mais seguro é a velha e boa TPA, para diminuir as concentrações de substâncias tóxicas.
Mudanças de água de 50 a 60% não são problemas para os corais, Tridacnas e mexilhões, outros invertebrados também devem tolerar essas mudanças na água, mas em alguns, como esponjas e estrelas de pernas, o contato com o ar deve ser evitado. Grandes mudanças de água são sempre benéficas e sempre uma boa medida de primeiros socorros para qualquer problema relacionado à qualidade da água. Neste caso, essas trocas regulares de água são uma medida importante para a qualidade contínua e boa da mesma.
FUNÇÕES DOS OLIGOELEMENTOS
ESTRÔNCIO: desempenha um papel importante na formação e fortalecimento dos esqueletos de corais e invertebrados marinhos. Além disso, contribui para a intensidade das cores.
BÁRIO: atua como regulador do pH e ajuda a manter a alcalinidade adequada do aquário.
VANÁDIO: desempenha um papel no metabolismo do nitrogênio e é necessário para a síntese de enzimas importantes na fixação de nutrientes pelos corais.
CROMO: é essencial para a regulação dos níveis de glicose e lipídios nos corais, garantindo o correto funcionamento metabólico.
MOLIBIDÊNIO: necessário para a formação de enzimas essenciais na conservação de nitratos em nitrogênio molecular, um processo vital para a saúde dos corais.
MANGANÊS: é um coator essencial em diversas reações bioquímicas, incluindo a fotossíntese, o metabolismo de carboidratos e a síntese de clorofila.
FERRO: essencial para a produção de clorofila e, consequentemente para o desenvolvimento dos corais, além de contribuir para a colocação intensa.
COBALTO: necessário para o funcionamento das enzimas relacionadas à produção de compostos orgânicos essenciais para os corais.
NÍQUEL: embora em pequenas quantidades, o níquel é essencial para muitas espécies de corais, pois desempenha um papel fundamental em enzimas e processos metabólicos.
COBRE: quando presente em baixas concentrações, é essencial para o metabolismo dos corais e influencia diretamente na sua saúde e crescimento.
ZINCO: está associado ao crescimento e desenvolvimento dos corais, especialmente no que diz respeito à formação do esqueleto calcário.
CÁDMIO: embora em quantidades mínimas, pode influenciar no crescimento, assim como interagir com outros compostos químicos presentes no aquário.
BORO: também desempenha um papel importante na relação do pH assim como o bário e é fundamental para o crescimento dos esqueletos calcários.
SELÊNIO: necessário para a síntese de antioxidantes, que protegem os corais dos efeitos negativos do estresse oxidativo.
FLÚOR: fundamental para a formação do esqueleto de corais duros, promovendo resistência e estruturação adequada.
BRONO: essencial para crescimento e colocação dos corais, além de ser importante no processo de ciclagem de proteínas nos recifes.
IODO: necessário para a síntese de hormônios e enzimas nos corais, contribuindo para o desenvolvimento adequado.
É importante ressaltar que as dosagens corretas e adequadas de cada um desses oligoelementos é fundamental para manter o ambiente saudável no aquário de recife de corais. A adição de suplementos específicos pede ser necessária para garantir que todos os oligoelementos esteja disponíveis em quantidades adequadas. Consultar um especialista em aquarismo marinho, fazer ICPs regularmente e se quiser usar sistemas de zeolitos pode te auxiliar nesse processo.
Lembre-se sempre de realizar testes caseiros com frequência para monitorar o seu aquário e garantir que estejam dentro dos níveis ideais ou aceitáveis.
Cuidar dos oligoelementos é essencial para promover a saúde dos seus corais e outros organismos marinhos presentes, tornando seu aquário de recife um ambiente bonito e próspero.
Reef feliz, você feliz!
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