A alga marinha faz parte de um grupo fascinante e diversificado de organismos que vivem nos oceanos da Terra.
Embora elas tenham muitas características semelhantes a plantas, as algas não são plantas vasculares verdadeiras. As algas são parte do Reino Protista, o que significa que elas não são nem plantas nem animais. As algas não são agrupadas como as verdadeiras plantas, porque elas não têm um sistema vascular especializado (um sistema de condução interno para líquidos e nutrientes), raízes, caules, folhas e estruturas reprodutivas como flores. Porque todas as partes de uma alga estão em contacto com a água, elas são capazes de captar os fluidos, nutrientes e gases diretamente a partir da água, e não é necessário um sistema de condução interna. Assim como as plantas verdadeiras, as algas são fotossintética; elas convertem a energia da luz solar em materiais necessários para o seu crescimento. Dentro de suas células, as algas têm o pigmento verde clorofila, que absorve a luz do sol que elas precisam para a fotossíntese. A clorofila também é responsável pela coloração verde de muitas algas. Além de clorofila, algumas algas contem outros pigmentos absorventes de luz. Estes pigmentos podem ser vermelho, azul, marrom ou dourado, e são responsáveis pela bela coloração de algas vermelhas e marrons.
Elas desempenham um papel fundamental no aquarismo marinho. Quando elas não estão sendo usadas em um refúgio como abrigo, elas são aproveitadas como alimento para herbívoros ou também vistas como competidoras de nutrientes auxiliando em um bom funcionamento de um sistema.
Macro-algas entram no sistema de duas formas: as voluntárias que se desenvolvem nas rochas-vivas e as que se desenvolvem em um refúgio trazendo benefícios ao reef ou apenas como objetos decorativo. Elas parecem chegar do nada depois de alguns meses ou anos de dormência. Estas voluntárias crescem a partir de esporos, que estavam adormecidos aguardando condições ambientais adequadas para o desenvolvimento. Várias destas voluntárias são totalmente inofensivas. Elas normalmente não crescem rápido o suficiente para ser verdadeiramente nocivas, e não afetam significativamente a qualidade da água no sistema. Por outro lado, se estas voluntárias são os únicos grandes organismos fotossintéticos em um aquário, elas poderão invadir o sistema.
É mais importante saber como lidar com elas do que saber o nome exato. Para Dictyota, Caulerpa e qualquer uma das macro-algas menos agressiva, a remoção manual é o suficiente. É importante a remoção de todas as algas, incluindo os pequenos fragmentos que se desprenderem, ou estes podem iniciar uma nova colônia em outras partes do seu sistema.
Muitos aquaristas também têm sucesso usando rabbitfish, triggerfish e turbo snails para manter suas rochas-vivas limpas. Para invasões de algas filamentosas, blênios ou caranguejos esmeralda são bastante utilizados com sucesso. Uma outra alternativa não usual é lançar mão de ouriços para o controle, ou podemos optar por remover a rocha afetadas e limpá-la com uma escova em água corrente.
Eventos “sexuais” Em nossa luta contra as algas, é útil saber um pouco sobre o ciclo básico de vida. A maioria das algas seguem um ciclo de vida bastante previsível definido em torno de seus estádios reprodutivos. Não é muito diferente do ciclo de vida de coral, incluindo uma etapa de esporos pelágicos e um estágio bentônicos dominante. Além disso, as algas podem permanecer dormentes como esporos presas ao substrato, que é o início do ciclo de vida típico de um coral.
Geralmente, a maioria das algas precisam mais de nitrogênio do que de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro ou qualquer outro nutriente, com exceção do carbono. Normalmente os aquários possuem vários depósitos de nitrogênio (como abaixo do substrato, skimmers e através de trocas parciais de água). Nesta situação, as algas crescem até sua biomassa não suportar mais o acúmulo de nutrientes disponíveis no sistema. Quando isso acontece, o estágio sexual do ciclo de vida é acionado. (Isso pode ser desencadeada por fotoperíodo mal planejado, luz inadequada, estresse ou de variações nos parâmetros do reef, tais como salinidade ou temperatura).
Como suprimir esse ciclo?
A melhor defesa contra a esses eventos sexuais das macro-algas, particularmente da Caulerpa, é um bom ataque. Realize podas regularmente das macro-algas do refúgio. Fazendo isso estará não apenas exportando nutrientes do seu sistema como irá garantir que a biomassa das macro-algas não aumentem tanto. Além disso, suplementação de ferro pode ser útil em aquários com fontes abundantes de nitrogênio e fósforo nos casos onde as macro-algas ainda possuem um aspecto pálido e crescem lentamente. Nós realmente precisamos de mais dados sobre a suplementação de ferro e seus efeitos sobre algas, peixes e outros invertebrados.
Uma boa alternativa para se evitar problemas com macro-algas é o uso contínuo da iluminação em refúgios. Muitos aquaristas usam um fotoperíodo de 24 horas sobre as Caulerpa para impedir que entrem na fase reprodutiva e efetue a esporulação. Não sabemos, no entanto, se as taxas de crescimento são melhores quando se utiliza outras condições de fotoperíodo em comparação com ciclos de 24 horas, ou se o uso contínuo de iluminação apenas adia o evento de esporulação. Macro-algas verdes, em especial, demonstram sinais avisandoo inicio da sua esporulação ou evento sexual. Tanto Halimeda quanto Caulerpa. Podemos observar centenas de pequenos pontos verdes em sua superfície um pouco antes de lançar seus esporos. Qualquer alga que possuir estes pontos em sua suerfície deve ser rapidamente retiradas do tanque.
Eventos de esporulação podem ser desastrosos em reefs, pois os esporos são liberados junto com todo o conteúdo existente dentro da célula. Estes conteúdos são liberados no aquário podendo causar um metabolismo acelerado de bactérias nitrificantes e denitrificantes causando picos perigosos em amônia, nitrito, nitrato e fosfato. A liberação de todos esses compostos orgânicos também pode tirar o oxigênio da água. Além disso, vários gêneros de algas contêm compostos tóxicos para repelir animais herbívoros de consumi-los, incluindo a toxina caulerpenina encontrada em Caulerpa.
Mas, se isso acontecer e a macro-alga conseguir liberar esporos no tanque, o dano ao sistema pode ser minimizado se agirmos rapidamente. Realize pequenas trocas parciais ao longo dos dias, para ajudar a remover os esporos e o excesso de toxinas. Utilize carvão ativado no sump e monitore o funcionamento do skimmer para garantir que esteja funcionando adequadamente. Além disso, promova uma aeração mais eficiente durante o período de descontaminação afim de evitar intoxicações.
Macro-algas: Benefícos e beleza
Para o refúgio, Ulva (alface do mar), Chaetomorpha (algas espaguete) e Gracilaria, todas são excelentes exportadoras de nutrientes e também servem como alimento para os herbívoros e copépodes. Todas as três podem ser cultivadas em um refúgio, sem se preocupar com alta circulação, mas seu metabolismo será melhor quando são constantemente expostas a luz e nutrientes. Todas as três algas podem tolerar níveis baixos ou altos de iluminação, e pode viver em tanques com pouca ou muita salinidade como no caso de tanques de quarentena e hospital. No caso de Chaetomorpha, seu único inconveniente, é a capacidade de se fragmentar em pequenos segmentos durante um evento típico sexual. Fragmentos de Chaetomorpha muitas vezes são liberados por todo o sistema podendo obstruir bombas causando inundações. Para evitar que isso ocorra, realize podas com freqüência da Chaetomorpha, rotineiramente agite para liberar quaisquer detritos aprisionados o que poderá interferir na captação de luz.
Como aquaristas responsáveis, precisamos lembrar que os nossos peixes não são as únicas criaturas sob nossos cuidados que podem danificar o ecossistema. É muito simples adicionar água sanitária à água de descarte durante uma manutenção para matar organismos do tanque, e para matar todas as algas colhidas antes de jogar a água do reef pelo ralo. Tal ação ajudará bastante o meio ambiente.
Atualmente, o aquarista marinho, a contragosto aceita o uso de macro-algas como exportadores de nutrientes . No entanto, macro-algas podem ainda ter alguns segredos úteis para os aquaristas marinhos. Macro-algas já fazem muito para a nossa sociedade e os nossos oceanos que podem certamente dar alguns benefícios para o aquarismo – como exportadores, como acentos decorativos e como um novo habitat em aquários marinhos. Precisamos aprender a gostar dessas algas pois se bem cuidadas podem nos trazer benefícios sem gastos com aditivos e aprendemos muito mais sobre a vida nos nossos sistemas.
Reef feliz, você feliz!
Show, Carol. Faz um da Rhizophora.